Os serviços
educacionais, naturalmente, partiam do princípio que deveriam acontecer da
forma presencial, onde houvesse presença de professor para dirimir dúvidas
imediatamente. Parece esse, um modelo único, mas não é. Ao criar a Educação à
Distância, pode oferecer aos setores e grupos populacionais a oportunidade de
educação mesmo com as dificuldades de acesso que os mesmos poderiam ter ao
Ensino regular.
A Educação à
Distância é caracterizada pela separação entre professor e aluno, ou mesmo de
espaço e tempo, pelo maior controle do aprendizado por parte do aluno e
comunicação entre as partes envolvidas através de meios tecnológicos e
impressos. O processo educativo continua existindo, mas depende especialmente
do aluno para obter resultados que o façam prosseguir em seus estudos.
É necessário ao
acadêmico ter força de vontade em adquirir, com o tempo que o mesmo
disponibiliza, para fazer seus estudos de forma independente, o maior
conhecimento possível, identificando melhores formas de desenvolver
intelectualmente, seja individual ou coletivamente, através de grupos nas
telessalas onde assistem às aulas.
O processo educacional está intimamente ligado com a
interação entre pessoas, para que haja formação social e humana. A organização
do tempo, a disposição em obter novos conhecimentos, a superação de barreiras
temporais e espaciais, são formas de obter um desenvolvimento do ensino.
É evidente que a explosão do ensino à distância se deu nas
últimas décadas, mas há registros da presença de projetos desde o século XVII,
onde destacam países como: Suécia (1833); Inglaterra (1840); Alemanha (1856) e
Estados Unidos (1874). Após os anos de 1970 a EAD passa a ser inserida em outros
países: Paquistão (1974); Sri Lanka (1980); Indonésia (1984); Índia (1985);
México (1972); Costa Rica (1977); Venezuela (1977); Colômbia (1983) e assim
continuam a desenvolver seus trabalhos educacionais visando o crescimento
social e econômico de suas nações.
Em relação ao
Brasil, há registros de forte expansão a partir de 1939 com o surgimento do
Instituto Universal Brasileiro que oferecia cursos de formação profissional,
capacitando técnicos especialistas em diversas áreas e a Agência dos Correios
teve parcela essencial no desenvolvimento dessa etapa educacional. Outros
projetos merecem destaque como: Projeto Minerva (1970): Projeto Saci (1972) e
Telecurso 2000 (1994), os quais auxiliaram no processo formativo de muitos
brasileiros. Atualmente o modelo de Educação a Distância no Brasil é
acompanhado pelo Ministério da Educação que criou normas e vistoriam as
Instituições que ofertam cursos nesta modalidade de Ensino, a fim de garantir o
direito de educação de qualidade a todos os brasileiros.
A cidade de Rio
Bananal – ES, localizada no norte do Estado do Espírito Santo a 181 km da capital Vitória, com
cerca de 16.500 habitantes e com uma área de 645km² não oferecia ensino
superior no município até o ano de 2004. Um povo sempre interessado a se
especializar buscava em cidades próximas a oportunidade de fazer um curso de graduação,
visto que, para o desenvolvimento do município é necessário uma população com
boa formação educacional.
A presença da EAD no município de Rio Bananal
a partir do ano de 2005, através do atualmente sistema FAEL, permitiu a parcela
da população que enfrentava algum tipo de barreira, a oportunidade de em sua
cidade ter um ambiente que desenvolvesse o ato de freqüentar um curso superior,
facilitando as chances de ampliar os conhecimentos além de habilitar
profissionais para o mercado de trabalho.
Sendo assim, o
município passou a viver um novo momento, pois ganhou uma esperança de cursos
que estabelecesse aos seus munícipes a formação adequada para o desenvolvimento
das diversas áreas que são necessárias para a constituição da organização
municipal nas atividades exercidas.
O mundo, a vida
comunal, a pequena e a grande cidade, o homem e o habitat vem sendo moldados
pelas tendências conflitantes da globalização e do processo de comunicação
entre a humanidade. As mudanças na tecnologia da informação e a reorganização
do capitalismo montam atualmente um novo tipo de identidade para a sociedade,
que é ligada em rede, sendo identificada por inúmeras facilidades tecnológicas.
A comunicação
humana é fundamental para a transmissão de informação dentro da sociedade em
que vivemos. É uma forma de interação entre pessoas, os quais são denominados
de emissor e receptores.
De acordo com Braga
e Calazans (2001- pg. 14):
A comunicação é conatural
ao ser humano. Não há sociedade, não há comunidade, sem comunicação entre os
homens. Para agi em comum os seres humanos interagem. Desde que se pode
identificar a existência de grupos humanos, na pré-história mais remota, existe
“comunicação social”.
Ao ouvir o termo
comunicação social, em um primeiro momento vem à mente todos os meios de
comunicação: rádio, televisão, telefone, jornal, revistas, redes de
informática, carta, impressos. Isto é normal, pois ela se processa a partir
disso, mas o que se quer colocar é a importância de se comunicar, de se
interagir, para haver um diálogo propício, através de conversas pautadas por
objetivos comuns.
Conforme Braga e
Calazans (2001- pg. 16):
O termo “conversação” tem a
vantagem de não se confundir com qualquer outro tipo de interação social. A
expressão “conversar” chama a atenção imediatamente para o aspecto de troca
comunicacional, ainda que os objetivos de uma “conversa” possa ser por diversas
naturezas- econômicas, política, militar, cientifica, ou casual. Os modos e 4
objetivos específicos são deixados em segundo plano. A palavra enfatiza a troca
e o fato que essa troca é uma comunicação.
O uso de linguagem
própria para efetivar o ato de se comunicar é muito interessante pelo fato de
estabelecer diferenças do manter um diálogo através da fala e da escrita. O que
podemos evidenciar que três elementos vão existir independentes de comunicação
falada ou comunicação escrita que são: emissor, receptor e a mensagem a
transmitir.
A propósito Koch
(2004, p.77 ) nos elucida:
Entre as características
distintivas mais frequentemente apontadas entre as modalidades falada e
escrita, estão as seguintes:
Fala: não planejada,
fragmentária, incompleta, pouco elaborada, predominância de frases curtas,
simples ou coordenadas, pouco uso de passivas, etc.
Escrita: planejada, não
fragmentária, completa, elaborada, predominância de frases complexas com
subordinação abundante, emprego freqüente de passivas, etc.
É de conhecimento
comum que ao falar não há preocupação com a linguagem culta, sendo assim
existem erros e por algumas vezes, certas mensagens não chegam ao receptor de
forma regular. A linguagem escrita tem a função primordial de levar a qualquer
público a mensagem completa, não deixando dúvida alguma ao receptor.
Atualmente é
inevitável não utilizar para a comunicação a informática. Nos últimos anos o número
de usuários da rede mundial de computadores aumentou de forma surpreendente e
são meios rápidos e eficientes de se comunicar. Mas nesta forma de linguagem
comunicativa é criado um tipo de língua que podemos classificar como virtual,
pois é comum palavras pela metade, escritas de forma errada, onde o indivíduo
sabe que estão, porém continuam a fazer devido a “moda”.
A respeito disso Lollini (2004, p.44) nos
esclarece:
As linguagens informáticas
oferecem ampla disponibilidade para serem articuladas em estruturas sintáticas,
complexas, bem definidas, mas ao mesmo tempo podem ser reformuladas em
procedimentos alternativos. Elas não têm ainda a riqueza da linguagem natural,
mas a sua exatidão semântica faz com que as partes de um programa possam ser
combinadas e recombinadas de acordo com as estratégias empregadas e os
resultados que se querem obter.
Dentro de tantas
possibilidades, é preciso relatar que a comunicação, através da interação feita
pela linguagem apresenta algumas teorias: a teoria da Enunciação, a teoria dos
Atos da fala e a teoria da Atividade Verbal.
Para Koch, ( 2004,
p.11 ) a teoria da enunciação:
... tem por postulado
básico que não basta ao lingüista preocupado com questões de sentido descrever
os enunciados efetivamente produzidos pelos falantes de uma língua: é preciso
levar em conta, simultaneamente, a enunciação- ou seja, o evento único jamais
repetido de produção do enunciado.
Compreender se
torna fundamental ao fazer a leitura de qualquer texto. Provavelmente se tem
problemas ao utilizar palavras com dificuldades de compreensão, para tanto, ao
público deve-se utilizar formas de fácil entendimento para haver um total
prazer em busca da informação desejada.
Quanto à teoria dos
atos da fala é um pouco complicado, pois depende de como a pessoa usa a fala
para ordenar, perguntar, solicitar. Segundo Koch (2004, p.21-22) “para que um
ato de fala alcance os objetivos visados pelo locutor, é necessário que o
interlocutor seja capaz de captar a sua intenção; caso contrário, o ato será
inócuo”. Quando se fala espera-se que aconteça algo, logo não pode ser um ato
inofensivo.
Em relação à teoria
da atividade verbal pode-se dizer que cabe na interação um entendimento
recíproco entre o emissor e o receptor. Conforme Koch (2004, p.23) “... toda
atividade lingüística seria composta por: um enunciado, produzido com dada
intenção (propósito), sob certas condições necessárias para o atingimento de
objetivo visado e as conseqüências decorrentes da realização do objetivo.”
Eficazmente a linguagem nesta teoria busca explicar todo um episódio ocorrido
com uma pessoa.
Comunicar-se na
educação a distância requer atenção especial para evitar ao máximo, qualquer
tipo de falha, pois precisa ser algo que permita a compreensão de todos os atos
da fala. Ao tratar desse modelo de sistema de comunicação observou algumas
falhas, especialmente nos momentos de realização de estágios e os trabalhos de
conclusão de curso, mesmo com todos os manuais e as orientações em tele-aulas e
materiais de apoio, dúvidas surgiram no decorrer do processo e não foram
atendidas da forma em que os alunos esperavam. Entretanto, após muitas
tentativas na construção dos relatórios algumas dúvidas foram sanadas, ficando
outras e surgindo novas.
A propósito
Carneiro (2003, p. 75) esclarece:
A evolução das tecnologias
gera novas combinações e possibilidades de comunicação, como as técnicas de
digitalização, difusão via canal a cabo, satélites e internet. Nesse contexto a
rede mundial de computadores(internet) torna-se um meio de comunicação
significante. Destacam-se a convergência, os desafios e as perspectivas de
interação. A fusão TV-Internet centraliza as atenções.
É fundamental
estabelecer uma forma clara e objetiva de comunicação dentro de sistemas de
Educação à distância, atendendo a função principal do ato de comunicar que é o
entendimento com rapidez e agilidade, utilizando os meios tecnológicos
existentes na atualidade.
O processo de
comunicação não é uma tarefa fácil, pois exige uma compreensão total dos
indivíduos ligados ao conteúdo a ser utilizado, por isso, é preciso emitir
mensagem com rapidez receptiva. Outrossim, é que vivemos uma era com muita
informação e desenvolvimento tecnológico rápido o que em alguns momentos são
passiveis de equívocos, não podendo
prejudicar os cidadãos envolvidos. É preciso ser conciso, claro para que as
ações comunicativas possam dar bons resultados.
REFERÊNCIAS:
BRAGA, José Luiz. Comunicação e educação: questões delicadas na interface. São Paulo:
Editora Hacker, 2001, p. 164.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A inter-ação pela linguagem. 9 ed. São
Paulo: Contexto, 2004, p. 134.
LOLLINI, Didática e computador quando e como a informática na escola. 3ª ed.
São Paulo: Editora Loyola, 2003. p. 243.
Texto: Welder Bindaco